A lágrima pode ajudar no diagnóstico da Doença de Alzheimer

A Lágrima como Diagnóstico da Doença de Alzheimer

O diagnóstico preciso da Doença de Alzheimer (DA) na sua fase inicial pode retardar os sintomas. Mas trata-se de um diagnóstico difícil, portanto são necessárias ferramentas de triagem mais sensíveis, não invasivas e simples.

Primeiro precisamos dizer que a Doença de Alzheimer (DA) é a condição neurodegenerativa mais comum e com evolução complexa.

Uma vez que não tem cura, o melhor tratamento serão as terapias para retardar a progressão dos sintomas. E preservar o máximo possível da função cognitiva do paciente.

Por isso, o diagnóstico precoce é fundamental!

Quanto mais cedo no curso da doença iniciar o tratamento, maior a eficácia da preservação da função residual do paciente. E também o retardo do início e da progressão dos sintomas.

Atualmente este diagnóstico é baseado na observação de sinais e sintomas clínicos, testes da função neurocognitiva e exames de alterações nos biomarcadores – que incluem imagens da função cerebral por tomografia (PET) e análise do líquido cefalorraquidiano (LCR).

Mas essas técnicas são particularmente limitadas. Trata-se de intervenções invasivas como injeções de traçadores e exposição à radiação (demorados e caros) e punção lombar (procedimento doloroso e desconfortável) que podem ter efeitos colaterais adversos.

Até o artigo Amplified Fluorogenic Immunoassay for Early Diagnosis and Monitoring of Alzheimer’s Disease from Tear Fluid (Nature, 09/12/23) sugerir que o fluido lacrimal poderia ser utilizado para diagnóstico precoce e monitoramento da Doença de Alzheimer.

Significa que é um exame menos invasivo! Que melhora a confiança clínica no diagnóstico e rastrearia rapidamente as alterações ao longo do tempo.

Isto é, seria como uma biópsia líquida podendo ajudar no planejamento de cuidados de longo prazo, melhoria na eficiência dos ensaios clínicos e acelerador do desenvolvimento terapêutico para a Doença de Alzheimer.

Sabe-se que o fluido lacrimal está intimamente associado a certos distúrbios neurológicos, incluindo Doença de Alzheimer, Doença de Parkinson e Esclerose Múltipla.

Ao contrário da coleta de sangue ou LCR, o fluido lacrimal pode ser coletado de forma não invasiva, tornando-o um fluido econômico e relativamente fácil de administrar. Além disso, foram relatadas correlações significativas entre os níveis de expressão de biomarcadores proteicos específicos (por exemplo, proteínas β-amiloide e tau) em lágrimas e o estágio de progressão da DA.

 

Clinica Martinelli

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