Você já conhece os “genes saltadores”?
Trata-se de pedaços de DNA capazes de se deslocarem.
E a sua história começa com um milho.
Já te contaram que a cientista Bárbara McClintock mudou o entendimento sobre DNA e genes? Há quase cem anos!
Através de seus estudos com milho, ela deduziu que os cromossomos não eram cadeias de informação fixas e estáveis, mas continham pedaços de DNA que saltavam de um lado para o outro.
Isso! “Genes saltadores” também chamados de elementos transponíveis – ou transposons – importantíssimos para a compreensão de doenças complexas, como por exemplo, doenças neurodegenerativas ou câncer.
Portanto esse transposons são pedaços de DNA. Eles possuem a capacidade de serem removidos de uma área do genoma e ir para um novo local.
Também, esses elementos podem fazer uma cópia de si mesmos para se deslocarem para outras áreas do DNA.
O professor de Genética, Evolução e Meio Ambiente da University College de Londres (UCL), Nazif Alic, explicou que:
Eles podem passar de um fragmento de DNA para outro, o que, essencialmente, também significa que podem alterar o funcionamento de outros genes se forem inseridos em uma posição infeliz.
Outra informação é de que os genomas animais normalmente possuem múltiplas cópias desses elementos.
Então Alic relatou que
Alguns deles não têm mais a capacidade de pular. Eles são, de certa forma, falhos. Mas aqueles que conseguem fazer isso podem saltar e entrar em qualquer gene, então, essencialmente, podem alterar qualquer gene.
Portanto essas alterações são, em geral, prejudiciais.
Em organismos multicelulares existem dois tipos principais de células.
- existem as germinativas
também conhecidas como linhagem germinativa, que são as células reprodutivas que darão origem aos espermatozoides e óvulos e, portanto, serão responsáveis por passar o material genético aos filhos.
- existem as células somáticas
que constituem o crescimento dos tecidos e órgãos dos seres vivos multicelulares.
Ainda bem que os “genes saltadores” são praticamente silenciados nas células germinativas, fazendo com que essas mutações não sejam transmitidas aos descendentes.
No entanto, excepcionalmente, alguns “genes saltadores” podem se mover quando as células reprodutivas são formadas, sendo assim, se integrando dentro de alguns genes. Além do mais, pode alterar a sua expressão, o que é conhecido como “mutação de novo”.
Segundo o biólogo Manuel Peinado Lorca, professor emérito da Universidade de Alcalá de Henares (Espanha).
Isso provoca algumas doenças, como certos casos de hemofilia ou leucemia, câncer do cólon ou da mama, e certas doenças neurológicas degenerativas causadas pela sua integração em genes-chave das células somáticas adultas.
Ou seja, o que acontece é que os “genes saltadores” podem ser tirados de uma parte do DNA e colocados em outro lugar, causando uma alteração geralmente prejudicial.
McClintock descreveu sobre os “genes saltadores” no final da década de 20 (1920), porém a comunidade científica só se interessou décadas depois.
Foi em 1983 que Bárbara McClintock recebeu o prêmio Nobel de medicina.
Seu estudo gerou nova vertente. Através da pesquisa realizada por cientistas da Universidade Eötvös Loránd (ELTE), na Hungria, demonstrou como esses “genes saltadores” afetam o envelhecimento.
Porque quando esses transposons se movimentam muito, algo que acontece com mais frequência na vida adulta, eles desestabilizam o código genético, e esse pode ser um dos motivos do envelhecimento.
Ademais, foram revelados possíveis métodos para freá-los ou amenizá-los.
Veremos a relação entre genes saltadores e envelhecimento no nosso próximo texto.
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